segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Vlad, a última confissão


Vlad, a última confissão

de  C.C. Humphreys

 


“... aço contra aço, quebrar de ossos, gritos de raiva, dor, terror, Vlad não sentia nem ódio nem medo, só a ânsia de tirar a vida de outro inimigo. Alguém que queria se provar mais forte, e fracassava. Esbravejando com fúria, um turco enorme passou correndo por sobre os corpos de seus camaradas, levantando sua espada em um arco impossível de deter em direção à cabeça dele. Não havia outro lugar para ir a não ser para trás. Seu pé bateu na plataforma do molinete, a lâmina passou a um dedo de seu rosto, a força fazendo-a se enfiar no chão, e a madeira segurando-a ali o tempo suficiente para Vlad passar sua cimitarra direto pela garganta do turco.”

A despeito da foto vampiresca do Bob acima, este livro não trata sobre vampiros, e sim de um personagem histórico, Vlad III, príncipe da Valaquia, conhecido como Vlad Tepes, o empalador, que inspirou o autor Bran Stocker a escrever o tão conhecido livro Drácula.

O autor teve a idéia de recontar a história de Vlad através do relato de três pessoas muito próximas dele. Assim a personagem Janos Horvathy reúne no castelo de Poenari, o melhor amigo, a amante e o padre confessor de Vlad, para que unindo os relatos de cada um possa chegar a verdade sobre o príncipe Vlad.

Desta forma a história iniciada por seu amigo começa com Vlad ainda bem jovem quando ele e seu irmão Radu foram entregues pelo pai aos turcos como garantia de obediência. Os irmãos são educados pelos turcos, estudando inclusive a religião mulçumana. Quando o pai se volta contra os turcos Vlad é mandado para outro lugar onde fará outro estudo, a tortura, e é neste lugar que ele conhece a técnica do empalamento, com a qual virá no futuro a ser conhecido e temido. Após o assassinato de seu pai e de seu irmão mais velho o sultão fornece apoio a Vlad para coloca-lo no trono da Valáquia em lugar de seu primo em troca de lealdade, é claro que Vlad uma vez conquistado o trono não se sujeita as ordens do Sultão.

C.C. Humphreys mistura personagens reais e fictícios com uma narrativa envolvente, nem acredito o quão rápido eu li este livro, depois que você começa a lê-lo é difícil parar.

Ao final do livro há A Nota do Autor onde ele declara que não quis julgar o seu personagem deixando ao leitor o julgamento desta confissão, Vlad foi um monstro sangüinário ou um herói que precisava ser um guerreiro cruel. Bem, em minha opinião, eu li desde o princípio do livro que a história era contada com a visão de um herói, não vi esta imparcialidade do autor.

Livro recomendado a todos que querem saber mais sobre a história que deu origem ao mito de Drácula, que goste de narrativas medievais e gostariam de saber mais sobre o que aconteceu neste período histórico na região da Romênia.

Boa leitura.

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